Crowdfunding foi o que restou da nossa esperança no próximo?

Recentemente, a Campanha de Doritos Brasil (PepsiCo), associada à distribuição gratuita do Doritos Rainbow no Festival Milkshake e a 21ª Parada LGBT de São Paulo, causou um elevado buzz – até gerando um ou outro discurso homofóbico nos canais digitais da marca.
O fraco front primitivo não conseguiu ofuscar a generosa ação da companhia, que arrecadou (em menos de 1 mês) R$107.148,39 para a ONG Casa 1, em prol das pessoas LGBT que foram expulsas de casa. A ação ocorreu via plataforma de financiamento coletivo, o Kickante.

 

 

A busca por incorporação de posicionamentos institucionais inovadores e a atribuição de significados sociais à produtos é crescente no mercado. Consumidores começam a fazer questão de integrar “redes do bem”.
Nessa enorme onda de coletivismo, as gerações Y e Z estão sempre prontas para opinar sobre tendências que, muitas vezes, pouco conhecem a fundo; influenciando, assim, positiva ou negativamente as taxas de lucro das marcas.
O poder do bom argumento ativista é quase disputado como um troféu pelos usuários.

 

Em contrapartida, abnegar-se do próprio “eu” e praticar empatia, parece contraditório à primeira vista, mas a sensação de pertencimento à uma causa, impulsiona o usuário a ir contra o hábito da fluidez moderna – contribuindo para que pessoas e até comunidades sejam auxiliadas, da circunstância mais fútil até o motivo mais nobre, como o exemplo do snack Doritos Rainbow.
As plataformas online de crowdfunding são um claro exemplo contemporâneo desse rompimento da paralisia da ação, com poder de transcender o lugar das pessoas no mundo, gerando o bem com alguns cliques. Se hoje, para ser egoísta, é necessário olhar para fora, começo a crer que o meio justifica sim quaisquer fim. Ou quase.

 


Por Giovani Lanzotti
Analista de SAC 3.0 na iCustomer

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